Não resisti…

Eu sei que esse não é o foco do blog, mas juro que não resisti. Tenho acompanhado nos últimos dias, por meio da internet, a prisão da empresaria Eliana Tranchesi, dona da Daslu, e preciso confessar que fiquei CHOCADA. Como assim um mandado de prisão contra alguém que demanda cuidados médicos diários e, PRINCIPALMENTE, não oferece risco para a sociedade? Como assim 94,5 de prisão? Quero deixar bem claro que não sou a favor da impunidade, acredito que quem comete um crime contra a constituição tem SIM que pagar, assim como eu sei que a tia Daslu não é santa (alias, longe disso, néam!). Mas, numa boa, o que estão fazendo com essa mulher é desumano. Até “Suzaninha” Richtofen [aquela que com ajuda do namorado assassinou os pais] foi condenada a menos da metade da pena de Tranchesi. Enfim, “pegadinhas” do nosso Poder Judiciário.

Segue abaixo texto d a coluna do Gilberto Dimenstein, publicado dia 26 de marco na Folha de São Paulo. Suuuper concordo!

“Certamente está ocorrendo uma satisfação popular com a prisão da empresária Eliana Tranchesi, dona da Daslu. Natural: numa sociedade com tanta impunidade, especialmente para os poderosos, ver um milionário dormir na cadeia soa como se, enfim, se fizesse justiça. Ainda mais porque vivemos numa sociedade desigual e a Daslu é uma das traduções do extremo da desigualdade.
Não tenho nada contra que se tire até o último centavo de quem fraudou e deve dinheiro ao poder público. O que não entendo, porém, é como se prende alguém que está em meio a um tratamento de câncer, não oferece risco à sociedade e, até agora, não deu sinais de que pretendia fugir do país. Afinal, estava pagando suas multas.
O que se pode argumentar é que, se fosse pobre, Eliana não chamaria tanta atenção --é verdade. Mas a minha sensação é de que se trata de um espetáculo midiático”